quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Resenha: O silêncio das montanhas, Khaled Hosseini







Ficha Técnica:
Título: O silêncio das montanhas
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Globo
Ano de Lançamento: 2013
Gênero: Literatura Estrangeira / Romance
Páginas: 352
Preço Médio: R$34,90 






O silêncio das montanhas...



O que posso dizer? É um livro lindo, tocante e rico. É uma história que mostra a habilidade de Khaled Hosseini usando as palavras. Ele sabe como emocionar, sabe como estruturar uma ficção na realidade e sabe, com primor, encantar o leitor.



O silêncio das montanhas inicia-se com a separação dos irmãos Abdullah e Pari na década de 50, quando ele possuía não mais que dez anos e ela três. As crianças viajavam pelo deserto até Cabul, onde um trabalho aguardava por Saboor, o pai. Nabi, o cunhado de Saboor é que lhe indicara o serviço, na casa de seus patrões, os Wahdati.
 
Ali, na década de 50, você encontra uma Cabul totalmente nova aos olhos, modernista e requintada, com suas belas casas e jardins bem cuidados. Nessa Cabul, os homens vestem terno e as mulheres não usam burca, mas vestidos femininos e coloridos.


Nila Wahdati é poeta, uma mulher de ideais fortes e que fala o que pensa, é cheia de vida e jovial, casada com o nada semelhante Suleiman Wahdati, um homem sério, calado e frio. E eis o fato chocante: Saboor, mesmo com todo seu orgulho e honra, não fora ali para trabalhar, mas para vender a filha para os Wahdati. E não apenas pelo dinheiro, mas também para salvá-la do rigoroso inverno que se aproximava e a cada passagem da estação levava uma nova criança da aldeia em que viviam, Shadbagh.



A partir daí a história é destrinchada em muitos fragmentos e em cada um deles, algum dos personagens que compõe esta bela narrativa construída envolta da relação entre Pari e Abdullah, tem uma parcela de sua vida, um pouco do que explica quem são e como chegaram ali, descritos. Há tantas reviravoltas e tantos personagens únicos e inestimáveis que é difícil se ater a apenas um. É difícil não gostar de todos eles.



Creio que o personagem que eu tenha mais gostado seja Suleiman Wahdati. Talvez pela surpresa que ele tenha me causado ou talvez pelo amor silencioso que ele guardava em seu coração. Um amor que nada cobrava, nada exigia, além de uma simples presença. Nada além do estar e do observar... E esse amor não era por Nila.



Algo que noto agora que estou escrevendo esta resenha, é que O silêncio das montanhas é uma história sobre relacionamentos. Sobre como nos comportamos com o próximo, importando-nos ou não, sobre como nossa relação com a aparência física de uma pessoa dita o tipo de sentimento que teremos por ela, mesmo nossos preconceitos infundados. E é também sobre um amor fraternal que resistiu por décadas a fio, até o tempo chegar e a memória se desintegrar com ele.



O que mais posso dizer?, repito.

Acho que nada.

O silêncio das montanhas fala por si mesmo. É um daqueles livros que, tenho quase certeza, ficará preso na minha mente por um longo tempo. Com aquele gosto de lição, aquela amostra de que podemos ser pessoas melhores do que somos, ou nada além do que sempre fomos.



Eu realmente espero que gostem tanto quanto eu desta maravilhosa história. Boa leitura! ;-)

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