Ficha Técnica:
Título: A vida em tons de cinza
Autor: Ruta Sepetys
Editora: Arqueiro
Ano de Lançamento: 2010
Gênero: Drama
Páginas: 240
Preço médio: R$ 29,90
Oi, oi!
Essa é a minha primeira resenha aqui no blog e eu gostaria de começar agradecendo à toda equipe pela oportunidade. Mas vamos ao que interessa:
Se você gostou de "A Menina que Roubava Livros", eis uma leitura obrigatória, até porque nos mostra o outro lado da Segunda Guerra Mundial, um lado que pouca gente se interessa/possui conhecimento. "A vida em tons de cinza" conta a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin.
Não me lembro de ter lido um livro tão DAVAI (entendedores entenderão) quanto esse. Li em apenas 3 horinhas.
Lina Vilkas é uma jovem lituana com um incrível talento artístico e cheia de sonhos. Sonhos esses que foram interrompidos na noite de 14 de junho de 1941. A polícia secreta soviética está deportando pessoas e Lina, juntamente com a sua família, são enviados para um campo de concentração (Gulag) na Sibéria. Lá, seu pai acaba sendo preso pelos soviéticos e resta à Lina e sua mãe a missão de encontrar forças e lutar pela vida, além de cuidar do irmão, o pequeno Jonas.
Os deportados sofrem uma série de maus-tratos, além do trabalho árduo em troca de uma ração ínfima de pão. Nada mais lhes resta, exceto o apoio mútuo e a esperança. E é neste cenário que Lina insiste em sua arte, usando seus desenhos como válvula de escape em meio à desolação e como tentativa de comunicação com o pai.
“Durante aqueles períodos de silêncio, eu me agarrava a meus velhos sonhos. Era sob a mira de uma arma que eu abraçava todas as esperanças e me permitia desejar do fundo do coração. (...) Fugíamos para uma imobilidade bem dentro de nós. Ali encontrávamos força.”
Não tenho palavras para descrever a beleza e a dor que esse livro carrega. A história é triste, muito triste… Mas em meio a um cenário devastador, os bons sentimentos nutridos pela família Vilkas acabam transformando todo o sofrimento em amor.
A autora, Ruta Sepetys, fez um maravilhoso trabalho de pesquisa para compor a história. No fim do livro ela deixa um agradecimento especial aos lituanos que colaboraram com as pesquisas, além de outras obras que a ajudaram a desenvolver com realismo o cenário da história (e são boas dicas de leitura para quem a-do-ra livros relacionados à Segunda Guerra - como eu). A narrativa é simplesmente perfeita! É um livro que desperta as mais intensas emoções do leitor. Me flagrei rindo (principalmente com o comportamento rebelde do Andrius Arvydas - sua nova crush literária, pode apostar) e chorando muuuito durante a leitura. Quando acabou ficou aquele gostinho de "quero mais".
"No auge do inverno, finalmente percebi que dentro de mim havia um verão invencível.’’
Quanto a edição, não percebi nenhum erro e achei ótima a forma como a história foi subdividida, pois tornou o ritmo de leitura mais agradável. Outro ponto interessante são os mapas no início do livro, que ajudam (e MUITO) o leitor que não é tão bom em geografia a entender a localização dos personagens. E o que falar dessa capa? PERFEITA!
A força de Lina é um retrato belíssimo da história de um povo que perdeu tudo, menos o amor, a esperança e a dignidade. Com um final arrebatador, prepare-se para uma leitura que mudará a sua forma de ver e viver a vida.
A resenha da semana que vem será sobre um livro com conteúdo adulto que causa um certo alvoroço nos grupos de leitura. Sabe do que estou falando?
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