Resenha: Cuco






Ficha Técnica:
Título: Cuco
Autor: Julia Crouch 
Editora: Novo Conceito 
Ano de Lançamento: 2012
Gênero: Segredos
Páginas: 464


Preço Médio: 33,90






Rose se orgulha de ser uma ótima dona-de-casa e de sua família aparentemente perfeita. Ela tem tudo sob controle, desde a bela casa – que ela mesma ajudou a reformar, enquanto estava grávida de sua segunda filha -, até as meninas e o marido, Garreth. Os dois ainda estão tentando entrar nos eixos depois de terminar a casa e da chegada do bebê, quando Polly – sua amiga de infância (a única verdadeira amiga) – liga da Grécia dizendo que seu marido morreu e que está retornando à Londres.

Para Rose e Garreth, a morte de Christos é um choque total. Ele era amigo de Garreth e foi por meio dele que Rose conheceu o marido. Também foi por meio de Rose que Christos conheceu Polly. Rose nem titubeia antes de convidar Polly para ficar em sua nova e espaçosa casa, ela quer ajudar a amiga a enfrentar essa situação difícil. Mas, logo que Polly chega, Rose percebe que não estão enfrentando um luto normal.

Sendo uma boa provedora, Rose toma conta de tudo: toma para si a tarefa de cuidar dos dois filhos de Polly ao ver que ela não está nem aí, cozinha, lava, passa, limpa. Rose está feliz no papel de “mãe de todos” enquanto dá a Polly espaço para resolver seus problemas e organizar a própria vida. Entretanto, tudo muda quando Flossie, o bebê de Rose ingere uns anti-depressivos de Polly e vai parar no hospital. Ao voltar para casa, depois que a bebê se recupera, Rose vê sua vida descarrilar aos poucos e tudo aquilo pelo qual ela sempre lutou se despedaçar.

Eu comecei a ler este livro já tendo uma boa ideia do que esperar, já tinha lido uns comentários e pedi opiniões sobre ele no Facebook, acho que por isso não me decepcionei com o final. O livro é bem grande e eu esperava que fosse um tanto quanto enfadonho, por isso fui com calma e li apenas alguns capítulos a cada dia (bem diferente do que eu costumo fazer, que é, basicamente, não largar um livro enquanto não o terminar). Isso fez com que eu fosse ficando ansiosa com os segredos que a Rose escondia, com as intrigas e traições. Em alguns momentos eu me perguntei se tudo aquilo que estava acontecendo na vida da Rose era mesmo de propósito ou não. E, em outros, me perguntei se era tudo fruto da imaginação dela.

Não vou mentir, o livro é frustrante, angustiante e deixa pra trás sentimentos de raiva, aflição e uma vontade louca de estapear a Rose pra ver se ela toma uma atitude. Mas, não se engane, ela não é uma santa. Nenhum dos personagens é. Tanto que não há empatia por eles nesse livro, eu pelo menos não tive. Exceto pelas crianças, mas, até elas nos mostram certa crueldade infantil que normalmente fingimos não ver.

Ainda que a história seja extremamente complicada, a escrita não é ruim. O texto flui, apesar de, por vezes, nos sentirmos mal com o que estamos lendo. Eu senti falta de um aprofundamento na personalidade da Polly, o livro é todo focado na Rose e eu não consegui ter uma imagem bem formada da outra. Penso nela como uma Mortícia Adams magricela, no meio de um palco com uma guitarra pendurada no ombro, cocaína no nariz e umas cicatrizes nos braços e não consigo entender todo o sex appeal que ela tem.

O final, que para tantos é uma decepção total, para mim foi algo do tipo: se você vive uma vida de mentiras e confia demais na pessoa errada, não pode esperar que as coisas terminem bem, você está fadado a sempre cometer os mesmos erros. Eu só acho que quando o clímax finalmente aconteceu, terminou rápido demais.

Esse não é o meu tipo de livro. Mas, ainda assim, não foi tempo desperdiçado, nem uma leitura ruim. Meu coração realmente acelerou e veio parar na boca quando o fim se aproximou e eu pensava freneticamente “Vai, Rose! Vai, Rose!”. Minha dica para quem vai tentar ler esse livro é: vá devagar e sabendo que as coisas não vão terminar como você gostaria!

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