Resenha: O assassino do zodíaco, de Sam Wilson, por Michelle Pereira










Ficha Técnica:
Título: O assassino do zodíaco
Autor: Sam Wilson
Editora: Jangada
Ano de Lançamento: 2018

Gênero: Policial
Páginas: 464
Preço Médio: R$32,90

Exemplar cedido pela editora


Hello people! Como estão?

A primeira resenha de maio é de um thriller psicológico que vem pra deixar todo mundo no chão e, ainda, dá sequência ao último post do blog, sobre um livro nacional do mesmo gênero. Hoje, apresento a vocês O assassino do zodíaco, do autor Sam Wilson, uma publicação do nosso parceiro, o Grupo Editorial Pensamento, especificamente do selo Jangada.

Na América descrita por Sam Wilson, a sociedade é dividida pelos signos do zodíaco. Cada casta tem suas próprias características e seus membros devem seguir a vida de acordo com o que é esperado deles. Não existe religião, não existem raças. Mas o preconceito, ah, esse está presente em todo lugar!



Jerome Burton é detetive na delegacia de Homicídios de San Celeste e, após obter sucesso em um caso de grandes proporções, é chamado a investigar o assassinato do comandante da polícia, Peter Williams. O homem fora assassinado em sua própria casa e jogado em uma vala no quintal. A única testemunha, Rachel Wells, fora sequestrada pelos bandidos e não havia pistas sobre onde ela estaria. Burton, como todo bom taurino, era um tanto cabeça dura e não aceitou de bom grado sua nova auxiliar na investigação, a astróloga Lindi Childs.

E, bom, Lindi também não facilitou, apontando dois suspeitos por meio de seus mapas astrológicos que nada tinham a ver com o caso que se desenrolava... A mulher dava nos nervos de Burton e não estava ajudando em nada.


As coisas se complicam ainda mais quando o polêmico apresentador de Tv, Harvey Hammonds também é assassinado de forma cruel, bem como Williams. Certamente, um serial killer estava à solta. E Burton precisaria pegá-lo logo, pois o chefe da homicídios, Ernesto Mendez estava colocando muita pressão sobre ele e acreditava piamente que a culpa dos assassinatos era do grupo radical Ascendente Áries e de seu líder, Solomon Mahout.

Aqui, abro um parênteses para explicar a situação dos arianos: os nascidos sobre o signo de Áries eram taxados como violentos e incontroláveis. Logo, era difícil que conseguissem empregos e estavam relegados ao subúrbio de San Celeste, que foi apelidado de Ariesville.

"Entregue-se ao seu elemento."


Em paralelo, conhecemos a história de Daniel Lapton. O herdeiro de uma rede milionária de hotéis acabava de descobrir que tinha uma filha. A garota, que já deveria ser uma adolescente, fora ocultada pelo pai dele por ser bastarda e de outro signo.

Imbuído de força de vontade e perseverança, Daniel começou a procurar pela filha, mas acabou por descobrir que isso não seria tão fácil assim. E, pior, ela havia sido trancafiada pelo avô em uma escola experimental, a Academia dos Signos Verdadeiros, do famoso astrólogo Werner Krueger, que utilizava de métodos nada ortodoxos para disciplinar seus internos.

"Krueger tinha grandes ideias. [...] Boa parte do programa educacional que ele criou consistia em induzir os alunos a se comportar de acordo com os próprios signos, pois assim se adaptariam melhor a sociedade. Fez de tudo para que reforçássemos nossa conexão com o que chamava de essência cósmica. Mas não acho que estivesse ali apenas para nos educar."


Em meio à sua busca, Daniel conhece David Cray, o garoto que o assaltou e que acabou tornando-se um companheiro – não por vontade própria, mas por dinheiro – na investigação sobre a Academia dos Signos Verdadeiros. Isso porque, Cray havia estudado naquele lugar e conhecia a filha de Daniel.

No entanto, nem as descobertas, nem a boa vontade de Lapton poderiam prepará-lo para o que lhe aconteceria... Tentar ajudar os arianos e meter-se com gente errada não lhe trouxe boas experiências. Mas, nada o faria desistir de obter justiça!


Com um enredo auspicioso, Sam Wilson mostra como o preconceito pode existir em diversos níveis e contextos e que é algo do ser humano. Talvez a principal crítica social do livro seja essa e muito bem resolvida, viu? Para além desse aspecto, também é retratada uma sociedade corrompida, doente e violenta. A resposta para todos os problemas é ignorar tudo que esta acontecendo e utilizar de suas crenças, preconceitos e violência para obter alguma resolução. Tudo muito real, não é?

Pois é isso: O assassino do zodíaco, embora “fantasioso” ao retratar uma sociedade dividida por signos, é um livro muito humano, com personagens factíveis, cheios de seus defeitos e problemas pessoais. Daniel Lapton talvez seja o mais interessante ator desse livro. Embora rico e mimado – e ele reconhece isso –, ele passa a lutar por aquilo que quer. Ele luta pela filha, luta para que Ariesville se transforme em um lugar melhor para os arianos, luta para destruir aquilo que considera uma estrutura maléfica e cruel. Ainda que sua luta não seja a mais limpa do mundo.

E o final! Caramba, nem posso falar sobre a teia que se formou, muito bem construída, onde, um fio que seja puxado, causará consequências desastrosas.


O assassino do zodíaco é um thriller policial excelente. Nele, o leitor terá de construir suas próprias opiniões e verá como as divisões sociais podem ser injustas. E, sobretudo, verá como a natureza humana pode ser moldada, para o bem ou para o mal.

Gostei muito da capa e o que mais achei interessante foi o verniz aplicado sobre o fundo preto, formando mapas astrais. De longe, você não o identifica, mas quando tem o livro em mãos, hmmm, é excelente! A diagramação é bem limpa e colabora com a fluidez do texto, algo que gosto bastante. E a revisão está muito boa. Encontrei poucos detalhes que passaram despercebidos.

Espero que tenham gostado!

Hugs

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