Resenha: Os primeiros dias, de Scott Westerfeld, por Michelle Pereira











Ficha Técnica:
Título: Os primeiros dias
Autor: Scott Westerfeld
Editora: Galera
Ano de Lançamento: 2008

Gênero: Ficção
Páginas: 338
Preço Médio: R$ 32,00




Oi gente! Como vocês estão?

Não sei vocês, mas eu me apaixonei pela escrita do Scott Westerfeld depois que li a série Feios, há uns bons anos. De lá pra cá, eu venho tentando ler tudo que ele publica (embora esteja longe de conseguir). Estou me aventurando pela trilogia Leviatã, que achei sensacional! Fiz resenha do livro 1 há pouco tempo e acho que vocês deveriam ler, tá? hahaha

Mas, dessa vez, vamos falar de outra série dele: Vampiros em Nova York. Eu estava de olho nesses livros há um tempinho e, certo dia, passeando pelo site da Amazon, achei a duologia por 23 reais. É isso mesmo que vocês leram: 23 REAIS! Corri e comprei, lógico. E foi uma decisão muito acertada. Vem cá conhecer essa história!




A primeira coisa que vocês precisam saber é que a palavra vampiro não é muito usada nesse livro. O pessoal da Patrulha Noturna acha meio ridículo e tal. O lance do vampirismo é causado por um parasita, então é só uma doença como outra qualquer, que, por acaso, deixa as pessoas loucas e canibais. O termo mais utilizado por eles é parasita positivo, ou simplesmente, peep. Há dois tipos de desenvolvimento da doença causada pelo parasita: o primeiro torna o indivíduo um peep com sensibilidade a luz do sol, uma vontade louca de beber sangue, uma força sobrenatural que atraí para si ratos e aversão a tudo que um dia ele amou (sabe, na idade média houve essa coisa do vampiro ter medo de cruzes simplesmente porque as pessoas eram muito religiosas e, tornando-se um peep, passavam a odiar aquilo que tanto admiravam). Esse último item é chamado de anátema e os patrulheiros o utilizam para capturar os peeps (a cruz ainda funcionada para quem era religioso, mas faz mais sentido usar um pôster de uma banda muito querida, uma foto da mãe, etc). O segundo tipo de peep é o que torna o hospedeiro do parasita só isso: um hospedeiro. Ele não desenvolve o vampirismo, mas, como o parasita está dentro dele, pode transmitir a doença por contato íntimo. Mas eles ganham a parte boa, tá? Superforça, visão noturna e olfato de dar inveja a qualquer predador.

Nosso protagonista é exatamente o último tipo de peep.

"E a morte é tão fria e escura e permanente quanto as fissuras mais profundas nas pedras sobre as quais andamos."

Cal Thompson era só um calouro de faculdade, recém-chegado a Nova York, quando conheceu Morgan, em um bar gay. Foi com ela que ele perdeu a virgindade, mas ele estava tão bêbado que já não se lembrava de nada. Só que, depois que foi recrutado para a Patrulha Noturna, seu dever era caçar sua linhagem (as garotas que ele tinha infectado) e depois sua progenitora. Encontrar suas ex's não foi tão difícil, mas Morgan era outra história.

Ele precisou se esforçar muito para lembrar de cada pedacinho daquela noite de um ano atrás. E foi procurando por essas memórias que ele conheceu Lace, uma humana comum. Bem, não muito comum, ela está estudando jornalismo e era mais sagaz do que Cal poderia esperar. Foi, inclusive, por isso que ela acabou o encurralando e fazendo-o revelar muitos segredos da Patrulha que deveriam ficar muito bem guardados.




E não é só isso, tá? Nas fundações do prédio de Lace algo misterioso está acontecendo. Uma grande ninhada de ratos segue um gato peep. É, isso aí, havia um gato vampiro com um exército de ratos em um prédio bem no meio de Nova York. Só que Cal também sentia outra coisa lá embaixo, nas entranhas da Terra. Algo ancestral e perigoso, que cheirava a morte.

"O mundo natural está menos preocupado com nossa sobrevivência do que somos capazes de admitir." 

Os primeiros dias é uma mistura de thriller médico com ficção científica, como diz a chamada feita pela Kirkus Review, na contra capa do livro, e que acabou me fascinando a ponto de eu pensar que poderia ter feito uma graduação de Biologia. O mundo dos parasitas é muito interessante, gente. Sério! E como os capítulos da história são intercalados com narrativas feitas pelo Cal sobre a atuação de vários parasitas na natureza, isso me fez querer muito estar nessa área.

Aliás, vamos falar do Cal. Sendo o mais jovem dos patrulheiros, ele acaba sofrendo com toda a burocracia da organização, que funciona no mesmo estilo de uma prefeitura, com toda aquela coisa de preencher formulários para isso e para aquilo. E, claro, com algumas informações que estão sendo escondidas dele. Ele é uma gracinha de garoto e podemos perceber como é complicado ter de lidar com superpoderes e com uma atração cada dia mais evidente pela Lace. E o Cal nem poderia se aproximar muito dela para não lhe passar o parasita, então...




Os primeiros dias acaba se tornando um quebra-cabeças que vai se encaixando ao longo do livro, cheio de informações bem interessantes sobre doenças parasíticas e estranhos acontecimentos, que se ligam a outros e outros e outros. Recomendadíssimo!

A capa é ilustrada e adorei isso! Ela pega muito do contexto da história. A diagramação é simples, como gosto. E a revisão está show!

Espero que tenham gostado.

Hugs!

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