Resenha: Cerberus - A ascensão da Trindade, de Jefferson Lessa, por Michelle Pereira










Ficha Técnica:
Título: Cerberus - A ascensão da Trindade
Autor: Jefferson Lessa
Editora: Independente
Ano de Lançamento: 2019

Gênero: Fantasia paranormal/fantasia urbana
Páginas: 356
Preço Médio: R$ 40,00
Edição física cedida pelo autor.

Oi gente, como vocês estão? Espero que bem! Tirando o atraso de março, que fiquei sem postar nenhuma resenha pois estava curtindo féééééérias, cá estou eu para apresentar mais um livro para vocês: Cerberus - A ascensão da Trindade. Ele tem tudo a ver com RPG e fez eu me sentir dentro de um jogo, dentro da história. Tem coisa melhor que um livro que te causa isso?

Então chega mais, vem conhecer essa história aqui na resenha!

Tudo começa com uma chuva forte, em 2021. O necromante Enzo Giovanni já não é tão jovem, muito menos querido, e quando ele vê o Inferno subindo a Terra, não há a quem recorrer... E quando eu falo de Inferno, é de Inferno mesmo que estou falando: durante a tempestade não prevista, algo aconteceu com o Tecido da Realidade e Enzo viu seres abissais apareceram lá fora, no aguaceiro, tentando alcançá-lo através do vidro da janela. Só que, em um piscar de olhos, tudo desapareceu.




Na TV, a notícia não era sobre monstros andando nas ruas, mas sobre uma bomba nuclear que havia devastado Praga, na República Tcheca. Enzo sabia que a detonação naquele lugar não era aleatória, ainda mais, após ver demônios tão perto de sua casa. Só podiam querer destruir um lugar: o Castelo Houska, conhecido no meio ocultista por ser uma das portas para o Inferno, local onde o Tecido da Realidade já estava comprometido.

Logo, quem quer que estivesse mexendo com o Tecido precisava ser detido.

(Vamos abrir um parênteses aqui para eu explicar umas coisinhas para vocês não ficarem perdidos e já voltamos pra resenha: no universo de Cerberus, o mundo que conhecemos (Mundo Material), é dividido em Cinco Planos de Existência pelo Tecido da Realidade. É ele que filtra o que podemos ver e alcançar, para nossa própria segurança. O Tecido é conectado aos seguintes planos: Mundo dos Mortos, Plano Astral, Umbra, Paraíso e Inferno, cada qual com suas próprias características sobrenaturais. Sem esse Tecido, a humanidade corre perigo de ser devastada por monstros que nem imaginamos existir.)

Enzo tenta contato com todas as entidades ocultistas a que já teve acesso, tal qual os Illuminati e a Mão Negra, mas sem sucesso. Portanto, só resta uma opção: ele mesmo precisará salvar o mundo. E não pense que é por bondade! Não mesmo!. O único interesse do Enzo é salvar o próprio rabo e, quem sabe, ganhar ainda mais fama.

"Loucura é a maior prova de que, no fundo, sou normal."

Contudo, sem ajuda, ele sabe que não chegará a lugar algum. É por isso que o bonitão baixa a bola do seu orgulho e liga para um antigo conhecido, Vincent. Através dele Enzo descobre um possível culpado pelo abalo no Tecido da Realidade, a nova ordem secreta que anda tocando o terror no submundo: o Punho de Ferro.

Vincent, aposentando do ocultismo, já não pode ajudar Enzo, contudo, indica um possível aliado para ajudar com os planos de restaurar o Tecido, um garoto exorcista que vive em Londres.




Usando todos os seus recursos, incluindo aviões particulares luxuosos, Rolls-Royce's de colecionador e ternos de grife com círculos mágicos, Enzo parte para uma Europa mergulhada em caos em busca de Átila, seu novo parceiro. Mas, não sem antes receber uma ligação do Punho de Ferro convidando-o a se juntar a eles, opção que é educadamente recusada e recebida com classe. Ou melhor, tiros. O carro de Enzo é baleado, assim como seu motorista, e, após, sofre um acidente um tanto quanto estranho: a lataria é muito bem amassada ao se chocar com uma garota, que não sofre nenhum ferimento e fuge antes que Enzo pudesse, sequer, tentar atirar nela com sua pistola (mas, calma, as coisas ficam mais estranhas depois!).

Temendo ficar preso no trânsito caótico e ser um alvo fácil, Enzo continua a pé até o endereço indicado por Vincent. Que, por acaso, é de um McDonalds; e, por acaso, o cara que ele procurava, é um atendente; que, por acaso, trabalha para um demônio. Legal, né? Hahaha!

Mais legal ainda é o Enzo, rico e poderoso, tentar subornar Átila para obter auxílio e descobrir que ele não é esse tipo de cara. Com mais ética que o velho poderia ter em toda a sua vida, Átila aceita ajudá-lo, mas não em troca de dinheiro. O que o jovem quer é livrar o mundo do mal, só isso.

Aliás, preciso parar para falar que o Átila é super tatuado, mas seus desenhos não são nada comuns: cada uma das tatuagens em seus braços é a essência absorvida de um demônio que ele exorcizou. (Achei isso show de bola!)

"É uma insanidade liberar o Inferno que se esconde dentro de mim."

De quebra, Enzo consegue mais uma aliada para seus planos. Uma ufologista metida com tecnologia alienígena, que, também por acaso, é a garota atropelada pelo carro dele. Inclusive, é nesse momento, que descobrimos porque ela não se feriu: os braços e pernas de Elise são mecânicos. Tem mais tá? Em suas experiências com aliens, a garota aceitou trocar seus membros por tecnologia e conhecimento, porém, foi seu cachorro quem ganhou a inteligência haha!

Com ajuda de Chaski, que entrou em contato com Enzo através de sua mente, os três têm acesso a artefatos que contém sangue de Cristo e que ajudarão na reconstrução do Tecido da Realidade: três pregos, a coroa de espinhos e a lança. É aqui que começa a grande jornada da Cerberus (nome pelo o qual o três começaram a responder), atravessando os cinco continentes para costurar o Tecido ao mesmo tempo em que têm de lidar com Kröll, o novo líder do Punho de Ferro, e seus planos obscuros para transformar a humanidade em algo superior e unindo todos os Cinco Planos.




Cerberus - Ascensão da Trindade é um livro que me surpreendeu de uma forma muito positiva. Os personagens criados pelo Jefferson são muito carismáticos, embora todos tenham seus defeitos, principalmente Enzo (ohhhh velho hipócrita, odioso e maldito). Aliás, arrisco julgar que Enzo foi o dono dos holofotes nessa primeira história. Ele é realmente detestável no começo, mas estar com Átila e Elise o ajudou a modificar algumas atitudes e, mesmo, amadurecer. 

Sem sombra de dúvidas, meu favorito foi Ludwig (Luddy, para os íntimos), o cachorro da Elise. Céus! Como não amar um auau mega inteligente, orgulhoso e que batiza os aeronaves que constrói com uma sigla do seu nome: LU? Não tem jeito, né? Conquistou meu coração. 


          "- Só por Deus. Olha o que vocês me obrigam a fazer! - comentou Enzo, olhando para a abertura.
          - Medo de altura? - zombou Átila.
          - Garoto, eu não tenho medo de nada."


Depois dele, vem o Átila. Pelo que andei conversando (e vendo - sou leitora VIP, tá? hahaha) com o Jefferson, o demonologista está pra entrar na categoria de meus crushs literários! Oh moço barbudinho do coração bom! Embora minha primeira impressão ao conhecer o Átila não tenha sido a melhor, páginas depois vi que ele é honesto, ético e se importa com o mundo, ao contrário do Enzo, que só quer saber se salvar seu próprio rabicó, a princípio. Além disso, me diverti muito com o Átila morrendo de medo de viajar de avião, chegando a desmaiar hahaha! 

Já que falei de todo mundo, não posso deixar de citar a Elise, né? Também com um coração de ouro, a personalidade e a inocência dela me conquistaram. E os braços e pernas mecânicos, claro *.* Queria eu um par deles!




Os vilões também foram bem construídos. Desde o Lazarus até o Kröll, o principal antagonista. A fúria e a loucura dele deram um toque especial à Cerberus. Ele não é um vilão que veio do nada, ele tem um passado interessante, revelado aos poucos no decorrer na história, o que faz o leitor criar aquela ligação com o personagem.

Como eu disse lá no começo, Cerberus tem um quê de RPG, que acabei confirmando com o autor depois. É aquela coisa da conquista e da superação, sabe? Nosso trio tem tudo para dar errado, mas acaba dando certo.

Preciso falar que gostei? Acho que não, não é? Com tanto elogios, não resta dúvidas haha! Não tenho nenhuma ressalva sobre a história. Esse livro me conquistou!




A capa ficou poderosa demais e eu amei as cores. A diagramação é simples como eu gosto, com poucos detalhes nas páginas corridas, e página de abertura decorada que combina muito com a história. A revisão ficou excelente, não lembro de ter encontrado nada que passou batido.

Espero que tenham gostado!

Hugs.

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