Resenha: Leviatã - A missão secreta, de Scott Westerfeld, por Michelle Pereira









Ficha Técnica:
Título: Leviatã - A missão secreta
Autor: Scott Westerfeld
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2012

Gênero: Ficção científica/Steampunk
Páginas: 368
Preço Médio: R$ 59,90


Olar, olar, olar! Como vocês estão, pessoal?

Alguém por aqui já leu a série Feios? Ela era bem famosinha há alguns anos e foram livros que devorei rapidamente. Pois bem, a resenha de hoje é de um livro do mesmo autor, o Scott Westerfeld. Só que, saindo da distopia, vamos cair de cara no steampunk.

Esse estilo trabalha um visual antigo e propõe máquinas avançadas dentro de um contexto histórico em que elas não poderiam existir, devido a tecnologia da época. No caso de Leviatã, somos levados a Primeira Guerra Mundial, com fatos reais, misturados à fantasia. 

Antes de começar a resenha, preciso definir dois pontos para que vocês não fiquem perdidos. Vamos lá:

No universo descrito por Westerfeld, as nações da Europa e da Ásia envolvidas na Primeira Guerra são divididas entre Mekânistas e Darwinistas. Os Mekânistas (com K mesmo) são aqueles que desenvolveram alta tecnologia mekânica, produzindo desde mákinas gigantescas de guerra à pequenas utilitárias que podem ajudar no dia-a-dia. Essas mákinas, mesmo robustas, guardam alguma identidade com animais. Muitas delas se locomovem sobre patas enormes, algumas até se parecem com aranhas. Na outra ponta temos os Darwinistas, cientistas que, a partir dos experimentos e conhecimentos de Darwin, desenvolveram criaturas em laboratório, usadas para locomoção e guerra. O nome do livro vem de uma dessas criaturas fabricadas, o Leviatã, uma nave de grandes proporções que mistura uma baleia e diversas outras espécies. A simbiose entre elas faz do Leviatã um dos monstros mais preciosos já criados.

Agora com vocês devidamente apresentados aos dois lados da história, vamos pra resenha.




O príncipe da Áustria-Hungria, uma nação mekânista, Aleksandar Habsburgo, é acordado no meio da noite por um de seus professores, o conde Volger. Ele, junto com o mestre de mekânica, Klopp, e com os cabos Bauer e Hoffman fogem em um andador gigante de metal, levando Alek, ao que se espera, para longe do país. Isso porque, os pais de Alek, os arquiduques Francisco Ferdinando e Sofia Chotek haviam sido assassinados e esse fato, aliado a outras circunstâncias, fez eclodir a Primeira Guerra Mundial.

Alek deveria assumir o trono da Áustria-Hungria, no entanto, sua mãe sendo uma plebeia, o fez perder esse direito. Entretanto, como ele poderia vir a significar alguma coisa no futuro, isso incomodava muita gente, incluindo seu avô, o Imperador, e os alemães.

Isso não impediu o pai de Alek de fazer planos para o filho. Planos antigos e bem estruturados, pois, nos Alpes Suíços (a Suíça era um país neutro), havia um velho castelo esperando por Alek e seus "servos", com estoques de tudo o que eles fossem precisar enquanto aguardassem a guerra terminar e, a possível ascensão de Alek ao trono (isso, no caso de o Imperador morrer, junto de um trunfo que Volger tinha na manga).

Porém, Alek, tão inocente e imaturo, põe tudo a perder quando vê uma nave darwinista ferida e sai no meio da noite para ajudar, ainda que o conde e o mestre Klopp houvessem o alertado.




Distante dali, na Inglaterra, conhecemos Deryn Sharp e seu irmão Derek. Deryn deveria ser uma boa moça, casar, cuidar de sua casa e de seus futuro marido e filhos, porém, ela não se interessava por nada disso. O que Deryn mais queria era ser aeronauta, como o pai fora, antes de morrer em um acidente.

Derek estava ajudando-a a realizar esse sonho. Ela cortou o cabelo, cobriu os seios e estudava dia e noite para a prova que escolheria os melhores aspirantes a aeronautas.

Depois de tanto esforço, não poderia ser diferente, não é? Ela passou.

Já de cara, oferecendo-se para um teste, flutuando em uma criatura fabricada, Deryn acaba acidentalmente sendo levada para longe pelo monstrinho. Ela é resgatada pela famosa nave Leviatã, um respirador de hidrogênio gigante, um misto de baleia com dezenas de outras espécies. Não é incrível!? E ela ainda poderia servir a bordo, já que eles estavam longe de voltar para a cidade de Deryn, muito pelo contrário, estavam em missão, levando uma cientista darwinista para o Império Otomano. 




A meio caminho, o Leviatã é atacado por alemães e acaba caindo nos Alpes suíços. É esse fato que faz Deryn e Alek se encontrarem. Ele, levando kits de primeiros-socorros para ajudar o pessoal da nave, ela, denunciando ele ao capitão, fazendo com que fosse preso.

Essa imprudência de Alek fez com que Volger, Klopp e os demais deixassem o esconderijo com sua mákina gigante para encontrá-lo, entregando aos alemães sua posição. Um incidente de grandes proporções!

Contudo, o desenvolver dos fatos faz os mekânistas se unirem aos darwinistas para fugir e sobreviver, ainda que Alek e os seus sejam quase que prisioneiros. O que será que os aguarda no Império Otomano?




Eu queria ler a série Leviatã há muito tempo e, sem querer, acabei encontrando numa promoção os três livros por 30 reais (é isso mesmo, Brazel, 30 reais! - Na época do lançamento, cada um custava em média 40-50. Não é muita sorte?). Assim que pude, comecei a leitura e não me surpreendi com a qualidade! Acho que vou amar qualquer estilo em que o Scott escreva. As histórias dele são muito bem construídas, com personagens muito reais e mundos fictícios muito plausíveis. A-DO-RO!

Minha personagem favorita, sem dúvidas, é a Deryn (ou seria Dylan?). O disfarce dela de homem lembra muito aquilo que a Mulan fez, ainda que os motivos da Deryn não sejam tão nobres. Com ela, aprendemos sobre força, lealdade e sagacidade. Além disso, todo o orgulho e pompa dela, a tornam uma personagem muito carismática.

Porém, acho que o destaque mesmo na série Leviatã são os cenários, situações e criaturas, tanto mekânistas, quanto darwinistas. É um universo tão incrível, tão ímpar, que se tornou um daqueles em que eu queria viver aventuras. E isso é uma das melhores coisas em um livro, não é?




Legal também é que a história conta com algumas ilustrações ao longo do texto que nos ajudam a imaginar as mákinas e criaturas fabricadas, os personagens e o que estão fazendo. Fiquei apaixonada por todas elas. 

A capa é incrível! Quando mais vocês olha, mais detalhes encontra. A diagramação é bem simples, como eu gosto e a revisão está excelente. Os pontos negativos são que os livros foram impressos em papel branco, então a reflexão da luz acabando fazendo com que os olhos se cansem mais rápido; e a capa parece que foi mal colada ou utilizada uma cola de baixa qualidade pois ela se soltou parcialmente do miolo. Não só a de Leviatã, mas a do livro seguinte, Beemote, também.

Espero que tenham gostado.

Hugs!

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