NOTINHAS À PARTE - ESPECIAL HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, POR GABRIEL ALBUQUERQUE

Hoje vamos sair um pouco das Séries de TV e das Resenhas Literárias. Hoje vamos falar de um dia importante: Dia Nacional dos Quadrinhos. Esta data fora criada em 1984 pela Associação dos Quadrinistas e Cartunistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP). Desde então, a entidade organiza o Prêmio Angelo Agostini, para prestigiar os profissionais brasileiros das histórias em quadrinhos. O prêmio recebe esse nome, em homenagem a Angelo Agostini, o pioneiro na inserção dos quadrinhos em nosso país.
O dia 30 de Janeiro foi escolhido, pois nesta data em 1869, Angelo Agostini publicou na revista Vida Fluminense (1868-1875), aquela que é tida como a 1ª história em quadrinhos do Brasil: As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte.
No mesmo ano, em 14 de março, em comemoração aos 50 anos do lançado Suplemento Juvenil de Adolfo Aizen, a data também fora aceita foi pela Academia Brasileira de Letras e pela Associação Brasileira de Imprensa.



Dizem que os quadrinhos se originaram na época do homem primitivo através das pinturas rupestres. Ali havia uma narrativa através de imagens (o que se resume basicamente a linguagem dos quadrinhos). E fora através dessas observações e de vários estudos que se veio a ideia de criar curtas histórias em quadros usando desenhos.
E para entender esta data, vamos primeiro entender um pouco sobre como surgiu este estilo literário e a sua importância.
Tudo começou quando o jornal New York Journal American (EUA), no ano de 1896, resolveu publicar tirinhas todos os domingos com temas sócios culturais e políticos. Uma das mais famosas tiras recebia o nome de The Yellow KId, que contava a história de Mickey Dugan. Uma criança dentuça com traços e aparência chineses, que sempre aparecia com um sorriso bobo e vestindo um pijama amarelo enquanto circulava por uma vila cheia das mais estranhas criaturas. O seu criador, Richard Felton Outcault, após o breve sucesso no jornal, conseguiu que The Yellow Kid se tornasse a primeira história em quadrinhos a ser publicada fora de um jornal e, uma das primeiras em cores. Também foi a partir dela que o artifício de usar balões para mostrar as falas dos personagens começara.
Richard Felton e “Yellow Kid” abriram as portas para o mundo dos quadrinhos. Depois de sua publicação em formato de revista, começaram a surgir os “livros” reunindo acervo de várias tirinhas de uma dada personagem. Somente com a crise de 1929, que abalou todo o mundo, surgiram as histórias de aventura, ficção, terror e um dos gêneros mais famosos, o do super-herói. Entre as décadas de 50 e 80 (época em que os quadrinhos mais se popularizaram), se algum aluno, não importando a idade, fosse pego lendo um livro às escondidas no meio de uma aula, provavelmente levaria um sermão do professor. Porém, se o aluno fosse pego lendo uma história em quadrinhos, além do sermão, a revista seria tomada, rasgada e jogada no lixo na frente de todos.
Na década de 60, Willian Erwin Eisner (6 de março de 1917 a 3 de janeiro de 2005) – desenhista, roteirista, arte-finalista, editor, cartunista, empresário e publicitário – criou o movimento conhecido como Graphic Novel, ao lançar a obra “A Contract With God”. As Novelas Gráficas se referem a qualquer forma de quadrinho ou mangá de longa duração, ou seja, é o análogo na arte sequencial a uma prosa ou romance. Ela pode ser aplicada a trabalhos que já foram publicados anteriormente em quadrinhos periódicos, ou a trabalhos produzidos especificamente para publicação em formato livro. Uma graphic novel não precisa ser voltada para o público adulto; às vezes, é necessário apenas que tenha uma boa estrutura e um visível grau filosófico, assim como temos encontrado recentemente nas histórias da Turma da Mônica de Mauricio de Souza, desde 2012 (Graphic MSP).
Segundo Eisner, “quadrinho não é nem literatura e nem artes plásticas ou ilustração, mas um novo tipo de arte, com suas próprias regras e limitações. Criando histórias adultas e complexas, com aprofundamento em temas sócio-culturais, psicológicos ou políticos.”. Porém, os quadrinhos também têm o seu foco para o público infantil. Já se sabe que a imagem, indubitavelmente tem influência no aprendizado da criança. É nesta fase da vida que o indivíduo está mais apto a assimilar as informações provenientes de todos os meios, seja qual for a sua natureza, com os quais se defronta diariamente. A criança, ao efetuar as primeiras comunicações ou associações de imagens a símbolos ou sinais que ela própria cria, revela a chegada da função simbólica, enquanto não domina a linguagem verbal. Desde a nascença até aos seis anos de idade a capacidade de concentração da criança durante um longo período de tempo é muito reduzida. A partir dos seis anos é implantada na criança a "febre da imagem", pois ela pode permanecer horas olhando fixamente para alguma imagem, não realizando qualquer outra atividade, o que pode provocar a sua envolvência no imaginário. Motivo pelo qual, os quadrinhos são sucesso entre as crianças.
Vale lembra também, que a leitura de imagem não é simples como muitas vezes parece ser (sem contar que cada pessoa tem uma ideia diferente de uma mesma imagem). A leitura de quadrinhos não se difere. Quadrinhos são a união de narrativas visuais e narrativas de texto. Não basta ler o texto, tem que saber interpretar a imagem. Por exemplo, não há necessidade de descrever um cenário, cabe ao desenhista desenhar o cenário de forma que se perceba com é, e que transmita a sensação das personagens ao estar naquele lugar ao leitor.
A ideia das Histórias em Quadrinhos não se difere de livros, séries, filmes ou música. Não se difere das novelas, dos programas de palco ou dos “reality shows”. A intenção deles, assim como dos exemplos citados é de entreter. Existem aqueles que não gostam, existem aqueles gostam e existem aqueles que amam. Aos amantes, não deixe de amar e não deixe de mostrar como os quadrinhos não é “apenas papel”. Deixe que as gerações futuras saibam como é importante e gostoso ter uma coleção de Histórias em Quadrinhos!

11 comentários:

  1. Olá!

    Super legal essa divulgação! Não sabia que os quadrinhos tinham uma data! mas gostei bastante, parabéns pelo texto!

    resenhaeoutrascoisas.blogspot.com

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  2. Olá
    Meus amigos quadrinistas (aliás, esses amigos me inclui no 'quadrinista') comemoram bastante essa data, mas eu me sinto meio em divida com os quadrinhos, passei muito tempo sem ler, mas esse ano já comecei a tirar o atraso.
    Beijos

    www.poyozodance.blogspot.com.br

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  3. Olá,
    Nossa eu não sabia que tinha um dia especial para os quadrinhos, e olha que eu adoro quadrinhos, rsrs.
    Mas que otimo a sua matéria, parabéns pelo trabalho.

    Beijos

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  4. Oi! Tudo bem? Não sabia que havia uma data especial para os quadrinhos, super legal a postagem.

    http://mysecretworldbells.blogspot.com.br/

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  5. Poxa, que legaaaaal, não sabia que tinha dia nacional do quadrinho! Eu não leio quadrinhos, mas esse ano está entre minhas metas!

    parado-na-estante.blogspot.com.br
    facebook.com/paradonaestante

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  6. Tenho uma coleção de livros em quadrinhos aqui, preciso ler!
    Agora bateu uma vontade!!!! o/


    Beijos, Thay Rocha
    www.leitoranamoda.wordpress.com

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  7. Oiee

    Gostei do post!
    Eu adoro quadrinhos mas não sabia que tinha um dia especial, gostei de saber.

    Fernanda
    http://pacoteliterario.blogspot.com.br/

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  8. Hoje é dia do gato também, sabia? Haha.
    Eu gostava de ler A Turma da Mônica quando era pequena. Concordo, a ideia é parecida, é entreter e são histórias mais rápidas. Não curto muito hoje em dia, mas ainda tenho algumas guardadas.
    Bjs, Mari

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  9. OI!!

    QUando criança adorava a turma da Mõnica, existe muita lógica em associar os quadrinhos com os homens primitivos, nunca havia parado para pensar nisso! Essa postagem foi um "banho" de informação, muito interessante saber que as tirinhas surgiram em um jornal, sinceramente, esse postagem foi ótima. Continue assim, beijos!

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  10. Oi,

    legal seu post!
    me deu saudades da faculdade...nesse tempo, estudei isso no curso de História, sobre o início dos quadrinhos em arte rupestre....saudades!!!!


    amei mesmo teu post

    bjs

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  11. Hello!

    Meu primeiro contato com a leitura foi atraves de Histórias em Quadrinhos.
    Sempre fui fascinada com desenhos e até cheguei a fazer um curso e a complexidade de montar uma historia assim é mto extensa. Acho que ninguem imagina o trabalho que da.
    Tambem acho que a leitura de Histórias em Quadrinhos nada facil, tanto é que mtas vezes é usadas em provas de concusos, a interpretação é bem analitica nesses casos.
    Muito bacana o post!

    LIVROS E SUSHI - https://livrosesushi.wordpress.com/

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