Resenha: Lute como uma garota, de Laura Barcella e Fernanda Lopes, por Michelle Pereira








Ficha Técnica:
Título: Lute como uma garota - 60 feministas que mudaram o mundo
Autoras: Laura Barcella e Fernanda Lopes
Editora: Cultrix
Ano de Lançamento: 2018

Gênero: Não ficção/Sociologia
Páginas: 368
Preço Médio: R$45,00

Exemplar cedido pela editora




Hello, pessoal! Tudo bem com vocês?

O livro sobre o qual falarei hoje chegou em um momento muito oportuno para mim, que estou em processo de “evolução”, digamos assim. Tenho aberto meus olhos cada vez mais e acho que o feminismo é um tema que precisa ser discutido. por isso, chega mais, vamos conhecer um pouco de Lute como uma garota – 60 feministas que mudaram o mundo, da Laura Barcella e da Fernanda Lopes, uma publicação do nosso parceiro, o Grupo Editorial Pensamento, que gentilmente nos enviou um exemplar da obra.

Desde minha primeira viagem sem minha família, em agosto do ano passado, minha mente tem mudado. Acho que foi um marco para o meu amadurecimento e minha independência. É também de uns meses para cá que tenho ouvido e internalizado muito mais o que minha colega de trabalho, a jornalista Karolina Machado, uma feminista por natureza, tem discutido sobre machismo, sobre nosso papel como mulheres, sobre ser independente. Com isso, tenho prestado mais atenção no meu espaço como indivíduo na sociedade. Ser mulher nunca foi fácil, são tantos preconceitos e tanta coisa que acabamos por ter que suportar... Céus!





Março foi o mês em que realizei a leitura de Lute como uma garota e também é o mês de lançamento do livro. Não teríamos uma época mais propícia, não é? 8 de março é o Dia Internacional da Mulher e essa obra relata toda a luta de mulheres fortes, guerreiras, que, por vezes, precisaram vencer preconceitos para se sobressaírem.

O livro é dividido em 60 partes, uma para cada feminista (45 sobre feministas de outros países, 15 sobre feministas brasileiras), e em poucas páginas nos são apresentados um pouco da história e do legado dessas mulheres poderosas, além de alguns fatos interessantes sobre as mesmas e frases conhecidas. É complicado falar sobre todas elas (pois o texto viraria um testamento de 500 páginas hahaha), mas irei destacar seis mulheres que talvez não sejam tão conhecidas por nós, mas suas realizações foram deveras importantes para a história, e que, sobretudo, me marcaram muito:

Mary Wollstonecraft (1759-1797): Não sei se posso afirmar isso, mas Mary foi uma das primeiras feministas da história. Filósofa e escritora, suas ideias estavam muito à frente de seu tempo. Ela não aceitava a ideia de que “as mulheres fossem tratadas como pouco mais que brinquedinhos bonitos e serviçais do marido” e acreditava que tinham direito a receber educação tanto quanto os homens.

Só como curiosidade: Mary Wollstonecraft é mãe de Mary Shelley, a autora de Frankenstein.

“Não desejo que as mulheres tenham poder sobre os homens, mas sim sobre si mesmas.”


Sojourner Truth (1797-1883): Foi uma escrava e quando liberta, passou a lutar pela abolição da escravatura e pelos direitos da mulher. Um de seus discursos, “Não sou eu uma mulher?”, é um dos mais famosos e importantes sobre o feminismo.

“Se as mulheres querem mais direitos do que já têm, por que simplesmente não tomam esses direitos, em vez de falar a respeito deles?”


Marie Curie (1867-1934): É um dos maiores nomes da ciência, sendo contemporânea de Albert Einstein. Física e Química, ela descobriu dois elementos presentes na tabela periódica hoje, o rádio e o polônio e foi quem chegou à conclusão “de que a radioatividade é uma propriedade intrínseca da matéria”. Além disso, foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel (em 1911, de Química). Estando no meio científico, naquela época, sofreu preconceito por ser mulher, mas ainda assim batalhou por seu espaço e o conquistou.

“Seja menos curioso sobre as pessoas e mais curioso sobre as ideias.”


Rosa Parks (1913-2005): foi ativista dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, pelos quais lutou com muita bravura, e ficou famosa por se recusar a ceder seu assento em um ônibus para um passageiro branco, em 1955 (na época, havia segregação racial e os negros deveriam se sentar na parte traseira do ônibus). Rosa desafiou o racismo, a opressão e a violência.

“Gostaria de ser lembrada como uma pessoa que queria ser livre [...] para que outras pessoas também fossem livres.”


Malala Yousafzai (1997 - ): a ativista paquistanesa ainda é jovem, mas sua voz tem sido ouvida ao redor do mundo, sobretudo, após o atentado do Talibã que quase tirou sua vida (Malala foi acertada por 3 tiros na cabeça e no pescoço, quando se dirigia para a escola, em um ônibus. Ela tinha 14 anos). Malala recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2014 e luta pela educação de meninas e pelos direitos humanos. Ela é um símbolo de perseverança, de luta e de bravura.

“Eles atingiram meu corpo, mas não podem atingir meus sonhos.”


Maria da Penha (1945 - ): no Brasil, quem não conhece a história dessa mulher que luta contra a violência doméstica e cujo nome foi dado à lei que nos protege (nós, mulheres) de tal? Maria da Penha usou sua voz, usou de todos os recursos que pode, para não deixar que a mesma situação a que sobreviveu (o ex-marido tentou assassiná-la duas vezes e a deixou paraplégica) chegasse à outras mulheres.

“O poder público precisa investir na Educação para mostrar aos homens e mulheres que nós temos os mesmos deveres e os mesmos direitos. O homem tem que respeitar a sua mulher como pessoa humana.”


Há outros nomes de guerreiras tão incríveis quanto as que mencionei, mas pouco conhecidos como de Elisabeth Blackwell, Shirin Ebadi, Yayoi Kusama (falando nela, é possível visitar obras na artista no espetacular Centro Cultural Inhotim, um museu à céu aberto, em Minas Gerais, meu estado. Já estive em uma de suas instalações, o Nascissus Garden). Outros tantos nomes pertencem a mulheres que vemos todos os dias na mídia e, que, nós, sabendo ou não, lutam pelo feminismo, tais quais Yoko Ono, Hillary Clinton, Oprah, Madonna e Beyoncé.





Céus, gostaria de falar sobre cada uma dessas mulheres para vocês! Cada uma tem uma pedacinho de mim agora, cada uma tem uma luta, cada uma é um exemplo. Elas são incríveis, e mostram como nós somos incríveis. Mostram como devemos lutar por uma sociedade mais igualitária, por uma sociedade que nos respeite como mulher e como ser humano.

Lute como uma garota, certamente é um livro que mudou minha vida, que mudou minha perspectiva e o sentimento que tenho sobre meu lugar no mundo, na sociedade em que vivo. Não direi que me tornei feminista após a leitura, pois ainda estou longe de ser uma, porém, sinto que cada vez caminho mais para esse lado. Caminho para longe do machismo e me aproximo da luta da mulher.





A edição de Lute como uma garota é do selo Cultrix, do Grupo Editorial Pensamento. A capa está maravilhosa, com ilustrações das mulheres poderosas que conhecemos nesse livro, e está dividida entre o amarelo (que puxa ligeiramente para o laranja) e o roxo, cores complementares e que fizeram um belo par nesse impresso. A diagramação também está linda! Seguindo o tom clássico, a página é limpa, o que ajuda na fluidez da leitura e os detalhes são discretos e de muito bom gosto. (ai céus, nesse parágrafo reinou a designer hahaha). A revisão está poderosa e lembro-me de ter encontrado só uma coisinha que não estava correta.

Lute como uma garota é, sem dúvida, uma leitura interessante, informativa e, diria até, essencial, pois conhecer nosso passado nos permite caminhar e, talvez, tropeçar menos, no futuro.

Hugs!

2 comentários:

  1. Amei sua resenha, com certeza é um livro maravilhoso!

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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    1. É um daqueles livros inspiradores Monyque! S2
      Espero que leia, se tiver oportunidade.
      Beijos

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