Resenha: A verdadeira história da Ficção Científica, de Adam Roberts, por Michelle Pereira










Ficha Técnica:
Título: A verdadeira história da Ficção Científica
Autor: Adam Roberts
Editora: Seoman
Ano de Lançamento: 2018

Gênero: Ficção Científica
Páginas: 704
Preço Médio: R$75,00
Exemplar físico cedido pela editora


Olá, pessoal! Como vocês estão?
Estou há um tempinho sem postar nenhuma resenha pois estava imersa em um livro um pouquinho grande (704 páginas) e bastante denso: A verdadeira história da Ficção Científica, do nosso parceiro, o Grupo Editorial Pensamento. Além disso, voltei a estudar, então o tempinho que sobra está bem disputado hahaha

Demorei mais do que pretendia para ler esse livro, mas quer saber? Valeu muito a pena! Ficção Científica é um dos gêneros literários que mais gosto e conhecer mais a fundo as origens dele foi incrível. Agora, quero bem escrever um livro nessa linha hahaha (tempo de vida para isso me manda um oi!)

Vamos começar com o significado da Ficção Científica no dicionário para nos situar: [Literatura] Cinema. Gênero literário e cinematográfico que tem como tema os avanços científicos e suas novas tecnologias, reais ou inventadas, dramatizando em forma de ficção o impacto desses avanços na sociedade e no comportamento dos indivíduos. (fonte: dicio.com.br, acesso em 19 de agosto de 2018).




Logo, pensando na trama que envolve esse gênero, a história da FC (Ficção Científica) é um tanto quanto complexa, mas vou tentar destrinchar um pouco dela a seguir.

A primeira coisa que preciso falar é: Se você é como eu, que estava pensando que a FC começou seus primeiros passos com Frankstein, da Mary Shelley, você está enganado. A FC remonta há muito tempo antes... Então vamos retroceder um pouco?

Já na Antiguidade, alguns autores davam passos próximos a FC quando em seus escritos incluíam jornadas aos céus e à Lua. Alguns nomes que se pode citar são: Eurípides, Aristófanes e Marco Túlio Cícero. Enquanto os dois primeiros mencionavam o voo de seus protagonistas em animais até os céus, em busca de Zeus, o terceiro faz menção à viagem às estrelas. Aqui, ainda não se pode dizer que são escritos próprios da FC, mas já há algo no ar que pode referenciá-la.

É importante relatar, sem dúvida, que a FC está intimamente ligada à Reforma Protestante, e esta, por sua vez, relaciona-se a ciência. Não foi algo definido abruptamente, é claro, mas que se desenvolveu através dos anos. E, como o próprio autor cita “muitos católicos estavam (e continuam a estar) envolvidos de forma proveitosa com a ciência e a modernidade; muitos protestantes estavam (e estão) comprometidos com manifestações culturais mais antigas, mágicas e medievais”. Logo, a linha que divide esses dois modos de pensar “religiosos” é muito tênue no que diz respeito ao desenvolvimento da FC.
 
Nesse contexto pós-Idade Média (mencionando-se aqui o século XVII) é impossível não citar Nicolau Copérnico e suas descobertas científicas, que tanto influenciaram a ciência moderna. Certamente, sem sua afirmação de que a Terra girava em torno do Sol, e não o contrário, o que seria da ciência hoje? Como ela teria se desenvolvido? Ao seu lado, também é necessário mencionar Johannes Kepler e seus estudos sobre Astronomia, e, principalmente sua obra Somnium, indiscutivelmente um texto de FC que narra uma viagem à Lua e explora em notas detalhadas explicações científicas sobre tal. 




Nos séculos que se seguiram, a FC continuou a acompanhar o desenvolvimento da ciência, inspirando-se muito em novas descobertas. Um exemplo disso é As viagens de Gulliver, que explora o contraste do muito grande e do muito pequeno, justamente quando os microscópios ganhavam força científica.

A partir do século XIX, a FC dá grandes passos e muitos nomes que conhecemos começam a despontar no cenário, de Mary Shelley, que já mencionei lá no início, à Edgar Allan Poe, mais conhecido por escrever terror do que FC; de Júlio Verne, autor dos clássicos Viagem ao centro da Terra e Vinte mil léguas submarinas, à H. G. Wells, autor do aclamado A guerra dos mundos.

Impossível não citar também alguns dos meus autores favoritos que aparecem em A verdadeira história da Ficção Científica: Aldous Huxley, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Anthony Burgess. Vários outros nomes estão presentes na obra, mas essa resenha ficaria ainda maior se eu citasse cada um deles, então, já me desculpo por não mencionar todos.  

Entre as décadas de 1940 e 1950, as histórias em quadrinhos estavam em alta e a FC não poderia deixar de inspirar alguns heróis. Eu nunca havia parado para pensar na relação estreita que essas duas correntes têm e fui surpreendida ao ver nomes como o do Capitão América e do Homem-Aranha no livro.

Por falar nesses dois, a FC também tem forte ligação com o cinema. Uma das primeiras filmagens da história, Le Voyage dans la lune, produzida em 1902 na França, é FC. De lá pra cá, o cinema evoluiu, é claro, e nos brindou com clássicos como 2001: Uma odisseia no espaço, Star Wars, Planeta dos macacos, Laranja Mecânica, Alien, Blade Runner, O Exterminador do Futuro, Mad Max, Jurassic Park, Matrix.

Como é perceptível, a FC evoluiu junto com a humanidade, com a sociedade, e acho difícil dissociá-las. A FC é território fértil para a criação em qualquer mídia e, de certo, caminhará conosco por longos dias ainda.




A verdadeira história da Ficção Científica traça um panorama completo e riquíssimo sobre o gênero. E, em minha opinião, é leitura mais que obrigatória para os amantes do gênero. Ok, é um livro de mais de 700 páginas, porém, ainda assim, a leitura é muito fluida e a linguagem do autor é simples e acessível. Desde já, acho que posso contar essa obra como uma das melhores leituras do ano.

A capa é simples e bonita! Adorei a escolha do foguete como ilustração, uma imagem muito representativa para a FC, e da tipografia, que se entrelaça à ele. A revisão está excelente e achei só umas três coisinhas que passaram, nada grave. A única coisa que não me agradou foi a impressão em papel branco. Eu entendo que o livro é um pouco mais “técnico” e talvez isso tenha influenciado na escolha do offset, massssss, o polén cairia muito bem para uma leitura mais confortável, justamente por ser um livro longo.

Espero que tenham gostado!

Hugs

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