Resenha: Casulos, de Ricardo Mesquita, por Michelle Pereira

Ficha Técnica:
Título: Casulos
Autor: Ricardo Mesquita
Editora: Lura
Ano de Lançamento: 2018
Gênero: Distopia
Páginas: 152
Preço Médio: R$-
Exemplar físico cedido pela editora.

E aí pessoal! Como vocês estão?

Como foram as festas de fim de ano? Espero que bem!

Na primeira resenha de 2019, venho falar um pouco do livro Casulos, do Ricardo Mesquita, uma publicação do nosso parceiro Lura Editorial. Vem comigo!

Nesse futuro distópico, nosso protagonista, Adam, acorda preso dentro de um casulo gosmento. Ele precisa lutar para sair de lá, e, outra batalha o aguarda lá fora: ele está embaixo d'água. Quase sem energia para brigar contra a força da água e depois de quase morrer afogado, ele chega a areia, na borda da lagoa onde estava "afundado". 

Sem nenhuma lembrança e sentindo-se fraco, Adam começa a caminhar em direção à cidade esperando encontrar ajuda. No entanto, a única coisa que ele vê é abandono. Não há ninguém em lugar algum. Carros deixados nas ruas, lojas e casas abertas. Tudo intacto.

O que poderia ter acontecido para fazer as pessoas largarem tudo para trás?

Adam passa o dia coletando artigos que poderiam lhe ser úteis enquanto vaga pela cidade em busca de pessoas. Ao fim, em uma forte dor de cabeça, ele acaba por recobrar alguns pedaços de memória. Um deles lhe faz ter certeza de que não estava sozinho naquela lagoa: havia outro casulo.

De volta a local, Adam se apressa a libertar o homem que também estava preso, no fundo da lagoa, estranhando como havia recobrado sua força tão rápido (e ainda havia ganhado um plus). Porém, assim que o homem sai de sua "prisão", antes que possa dizer qualquer coisa, nosso protagonista acaba desmaiando. 

Quando Adam acorda, não consegue se mover, nem mesmo falar. Estranhamente, ele está em um hospital. A enfermeira que o acompanha faz alarde quando o vê acordado, no entanto, nada mais lhe é revelado e Adam é encaminhando para exames, pois, aparentemente, está contaminado.

"Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada."

Mais algumas vezes e Adam começa a recobrar, aos poucos, seus movimentos e sua voz, porém, quanto mais ele questiona, mais as coisas parecem ficar perigosas por ali.

Depois disso, ele acaba notando que, estando no mundo dos casulos, sempre, ao pôr do sol, um sono incontrolável se abate contra ele. E, assim que ele adormece, acorda em no mundo do hospital. 

Paralelamente, no mundo dos casulos, Adam descobre que, em algum momento do passado, ele e Roger, o homem que ele havia libertado do outro casulo, foram melhores amigos. Porém, sua memória ainda não retornava, mesmo que ele passeasse por dois mundos distintos todos os dias.

Vagando pela cidade, os amigos encontram uma escola protegida por uma estranha teia laranja. Lá dentro, mais casulos os aguardam. Ainda que fosse perigoso libertar mais pessoas, Roger acaba o fazendo e ambos começam a construir uma pequena comunidade.

Fora da escola, o perigo dá as caras: existem criaturas semi-humanas rondando a cidade e prontas para tirar sugar a vida daqueles que não estão "contaminados".

Para além disso, as pessoas que Adam vê no mundo dos casulos, também estão no mundo do hospital e não aparecem se lembrar dele. O que seria aquilo? Dois mundos conectados? Passado e futuro seguindo por uma mesma linha?

O que quer que aconteça, nenhum dos mundos parece seguro e quanto mais Adam questiona, mais o perigo aumenta.

Existe um clima sombrio e vazio em Casulos que faz eu me lembrar de The Walking Dead. Alguma coisa que paira no ar, algum segredo... Essa sensação se acentua quando as criaturas semi-humanas aparecem (talvez elas pudessem fazer frente com os zumbis?), no entanto, são um pouco mais inteligentes. Há também a escola, que serve como refúgio, assim como as comunidades que Rick Grimmes vai construindo ou se apossando ao longo da série.

No entanto, as semelhantes param por ai. Casulos tem seu ritmo próprio e é interessante participar das descobertas do Adam nos dois mundos. Aliás, o conflito existente entre ele e Roger (em ambos os mundos) dão um tom humano à história, em meio àquele clima irreal.

Agora, me fica a pergunta: qual a ligação entre esses dois universos? Existe uma linha temporal que os conecta? Estou bem curiosa para o livro 2!

Tentei fazer uma resenha descomplicada, mas é difícil descrever Casulos de forma simplista. Cada ponto se liga a outro ponto e tudo se desenrola com cadencia própria. Será que confundi muito a cabeça de vocês? hahaha Espero que não.

A capa é bem legal e chamou minha atenção pela mistura de técnicas em sua composição, além das cores que possuem uma combinação interessante. A revisão está ótima, assim como a diagramação, que é bem clean (do jeitinho que eu gosto, vocês sabem hahaha).

Espero que tenham gostado! 

Hugs!