Resenha: Sangue de dragão, de Rachel Hartman, por Michelle Pereira









Ficha Técnica:
Título: Sangue de dragão
Autora: Rachel Hartman
Editora: Jangada
Ano de Lançamento: 2015

Gênero: Fantasia
Páginas: 464
Preço Médio: R$ 42,00

Livro físico cedido pela editora.


Oi, oi, pessoal! Como vão vocês?

Depois da loucura da Bienal do Livro, aumentaram as listinhas de leitura? Eu consegui resistir dessa vez, haha!

Inclusive, a resenha de hoje é uma publicação do Grupo Editorial Pensamento, nosso parceiro, que estava com um stand lindo no evento. Dei um pulinho por lá e fiquei encantada! Tinha painel gigante de A garota que lia as estrelas, que já resenhei por aqui; de Astrologia da Depressão, que achei sensacional; e um painel com capas dos grandes sucessos da editora, maravilhoso também.

Já que estamos engatados no assunto, vamos falar de uma publicação em específico do Grupo Pensamento: é hora de conhecer Sangue de Dragão, a sequência de Seraphina, de Rachel Hartman!




No segundo livro dessa duologia, a situação está cada vez mais tensa. O Velho Ard - o grupo de generais dragões que quer a volta da ideologia antiga e o assassínio do povo do sul, que habita seu antigo território de caça -, segue com seu plano de deposição do Ardmagar Comonot, já não reconhecendo sua liderança, e exige que a rainha de Goredd o entregue. Por seu lado, Comonot se recusa a aceitar tal absurdo e tem o apoio de Glisselda, a regente.

Para ajudar a proteger o povo, Seraphina acredita que reunir outros meio-dragões como ela pode ser a solução. Se o que ela, Lars e Abdo estão desenvolvendo, uma espécie de rede mental que bloqueia dragões, der certo, todos estarão a salvo.

"Ninguém faz o que fizemos juntos sem deixar um pouco de si para trás." 

É com essa fé no coração que ela consegue a permissão de Glisselda para viajar, junto com Abdo, pelas terras do Sul em busca de seus irmãos. Cada um dos grotescos que ela mantinha no jardim de sua mente estava solto no mundo e ela sabia que os encontraria de alguma maneira.

Phina só não imaginava que estava sendo sonhadora demais ao achar que eles queriam ser encontrados, que eles queriam conhecer-se uns aos outros. Um dos primeiros meio-dragões que ela encontra, Od Fredricka, faz com que ela veja que seu sonho perfeito não é nada mais que isso: um sonho.

Contudo, desistir não é uma opção é Seraphina e Abdo precisam seguir em frente, ainda que com desanimo e dúvidas.




Para desespero de Phina, uma antiga conhecida está de volta. Jannoula, a grotesca que Seraphina expulsou de sua mente, encontrou outra maneira de caminhar pelo mundo. Se o que ela tentou fazer com nossa protagonista no passado não certo, agora, depois de anos presa e solitária, subjugar outras mentes tornou-se algo fácil e transformar qualquer um em mera marionete é um prazer.

É dessa maneira que Jannoula manipula os dragões para fazer guerra e, aprendendo como mostrar seu fogo mental para os humanos, torna-se uma santa. Embora seu discurso para o povo seja de união - uma união muito plausível e pacífica, quase inocente, diga-se de passagem -, Phina sabe que Jannoula planeja algo sinistro e precisará correr contra o tempo para provar que sua irmã não é tão bondosa assim e trabalha também para os dragões. Mesmo que todos estejam contra ela, Seraphina terá coragem suficiente para enfrentar Jannoula?

Pensa num livro em que o foco é a jornada e a jornada é sobre autodescoberta, amadurecimento e crença? Sangue de dragão é sobre isso. Seraphina cresce tanto nesse livro! Ela aprende de maneira triste que sonho e realidade nem sempre se cruzam. Nós a vemos ser dilacerada, mas Phina, ainda assim, luta pelo que acredita com uma força sem igual.

"- Você sempre não foi muito mais que você mesma? Todos nós não somos? Ninguém é uma coisa só."

O que mais acalentou meu coração, sem dúvida, foi a conclusão da história entre Seraphina e seu tio dragão, Orma. Ela sempre o amou e sempre se preocupou tanto que, o que autora preparou para o final foi se trazer lágrimas aos olhos. Sério!




É nessa segunda parte também que Hartman nos apresenta ainda mais nuances sobre os dragões, os meios-dragões e o quigs, e, chocante, nos é relevada a verdadeira natureza dos santos cultuados em Goredd (eu até tinha pensado na possibilidade e fiquei no chão quando ela se revelou verdadeira). A autora cria uma história tão intrincada, tão cheia de detalhes, que isso nos prende do começo ao fim. A trama de Sangue de dragão parece viva e nos envolve a cada virar de página.

A capa de Sangue de dragão é tão maravilhosa quando a capa de Seraphina e elas fazem um belo par, não é? A diagramação é simples e limpa, como gosto. Já a revisão, como sempre, está excelente e não lembro de ter visto nada passar.

Espero que tenham gostado.

Hugs.


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