Resenha: Um estranho sonhar, de Laini Taylor, por Michelle Pereira











Ficha Técnica:
Título: Um estranho sonhador
Autora: Laini Taylor
Editora: Universo dos livros
Ano de Lançamento: 2019

Gênero: Fantasia
Páginas: 544
Preço Médio: R$ 54,90

Oi pessoal, como vão vocês?

Vamos começar com um assunto sério: vocês já leram um livro que amaram tanto, mas tanto, que ficou quase impossível escrever uma resenha? Espero que sim, pois quero que alguém compartilhe  do mesmo amor que eu. E da mesma dor, hahaha

No meu caso, o livro do qual estou falando é Um estranho sonhador, da Laini Taylor. Sou fã dessa mulher desde que li Feita de fumaça e osso, anos atrás e não consigo não amar fervorosamente tudo que ela escreve. A mitologia que a Laini cria é simplesmente incrível e me faz mergulhar nas páginas e me sentir onde quer que seus personagens estejam. Com Feita de fumaça e osso, imergi em Praga, a capital da República Tcheca e de lá pra o mundo das quimeras e dos serafins, com Um estranho sonhador, chegou minha vez de cair em um mundo totalmente fictício e encantador.

Puxa uma cadeira, pegue um chá e venha comigo conhecer um pouco sobre a cidade que perdeu seu nome, sobre os sonhos de Lazlo e o desespero de Sarai.

"O sonho escolhe o sonhador, não o contrário."

Quando bebê, a pele de Lazlo Estranho era cinzenta. Os monges com os quais foi criado, acharam que aquele órfão morreria, contudo, ele sobreviveu e cresceu.

No monastério, Lazlo ouvia histórias de um dos mais velhos sobre uma cidade fantástica além do deserto; sobre os guerreiros que a defendiam, os poderosos Tizerkane; sobre a felicidade que abarrotava suas ruas. Sempre que podia, ele escapava para brincar e fingir, com um galho de árvore, seu um desses guerreiros.

Durante uma de suas brincadeiras, Lazlo sentiu quando o nome da cidade fantástica lhe foi roubado, ficando para trás apenas Lamento. Esse não era o nome correto, ele sabia. A cidade estava perdida. Talvez, para sempre.




Ao longo de seu crescimento, até tornar-se aprendiz de bibliotecário, Lazlo Estranho nunca abandonou o sonho de conhecer Lamento. Procurou em todos os documentos possíveis dados sobre a cidade perdida, reconstruiu anos e anos de história, aprendeu a falar a língua deles, sempre na expectativa de que tudo fosse verdade. Enquanto isso, todos riam, faziam chacota de sua esperança. Lamento era apenas uma lenda e Lazlo apenas um sonhador.

No entanto, todos ficaram de queixo caído quando uma comitiva de Tizerkane chegou a Zosma em busca dos mais diversos estudiosos. Lazlo Estranho não teve o direito de participar da seleção e via, com olhos marejados, a marcha ir embora.

Ele poderia selar seu destino ali, ficar e tornar-se bibliotecário algum dia, continuar a viver dos sonhos de Lamento. Mas, fez diferente. Mesmo com todo o desprezo e quebrando todas as regras possíveis, ele correu e ajoelhou-se em frente ao líder dos Tizerkane, Eril-Fane, e implorou para ser levado. Ele não era nada, apenas um aprendiz de bibliotecário, um reles contador de histórias, mas podia ajudar de qualquer maneira que fosse possível.

Embora todos tenham rido do sonho de Lazlo, Eril-Fane mostrou a eles como o ofício de contar histórias era importante para ele mesmo e para Lamento.

Sem olhar para trás, Lazlo Estranho juntou-se a comitiva Tizerkane e viajou por meses para conhecer a cidade perdida que tanto lhe inspirava. Ele só não esperava encontrá-la tão desolada...




Os cinco deuses que dominavam Lamento, que escravizavam, que estupravam, foram mortos pelos guerreiros quinze anos atrás. No entanto, deixaram para trás parte de seu legado: a cidadela em formato de arcanjo, que flutuava sobre a cidade e lhe roubava a luz do sol.

O objetivo daquela comitiva estrangeira era remover o gigantesco anjo de metal do céu e trazer paz aos corações dos que continuaram vivos após a guerra.

Porém, o que ninguém sabia era que cinco crianças haviam sobrevivido. Cinco filhos de deuses.

"A esperança era fácil, afinal de contas."

Todos eles eram azuis, assim como seus pais, e possuíam poderes sobrenaturais. Pardal tinha influência sobre as plantas; Rubi sobre o fogo; Feral sobre o clima; Minya sobre os fantasmas dos mortos de Lamento; e Sarai sobre os sonhos.

Era Sarai que, desde que descobriu seus poderes, não deixava que os moradores de Lamento descansassem. Ela era a pequena vingança dos filhos dos deuses. Todas as noites, vomitava mariposas e, com elas, levava pesadelos a todos que dormiam, para que nunca esquecessem o massacre.

Mas, Sarai já estava cansada daquilo. Cansada do ódio sem sentido, cansada do tormento. Dos cinco, ela era a única que batia de frente com Minya, a garotinha que cultivava uma raiva profunda pelos humanos e que os liderava.

"Acho que você é um conto de fadas. Acho que você é mágica, e corajosa, e única. E... espero que você me deixe participar da sua história."

Sarai não entendia todo aquele sentimento ruim. O que restava em seu peito, foi levado quando ela conheceu os sonhos de Lazlo Estranho. Sonhos onde Lamento era um cidade viva, colorida, festiva. Sonhos onde Sarai poderia ser outra pessoa, viver outra vida. Sonhos onde ela descobriu que era possível amar.

Porém, seria tarde demais para os humanos deixarem de odiar os deuses? Ou tarde demais para os filhos dos deuses perdoarem os humanos por assassinarem seus pais e irmãos?

Seria tarde demais para viver outro tipo de vida?




Gente, geeeente! Essa resenha é só um pedacinho do que Um estranho sonhador é. Há tantas nuances e tantos detalhes nessa história, que seria impossível descrevê-la com exatidão em poucas palavras. Toda a construção que a Laini Taylor fez é de uma maestria, de uma delicadeza... Talvez seja uma das histórias mais lindas que eu tenha lido na vida e uma das que levarei para sempre, certamente.

Me faltam palavras para descrever, entendem?

Lazlo é a encarnação da bondade e da inocência. É o protagonista que foge dos estereótipos também: ele não é bonito, tem traços grossos e o nariz torto, quebrado quando um livro pesado caiu em sua cabeça. Sarai é a mocinha má, aquela que aflige, mas que vê o sentido da maldade se perder com o tempo, que se esforça para ver o que o mundo poderia ser se o perdão fosse possível.

Enfim, vocês precisam ler essa história para entenderem o sentimento que há nela.

Para finalizar, com toda a sinceridade do mudno: eu detestei a capa. A editora trouxe a versão americana para o Brasil, mas acho ela horrorosa, meu sem-or!Hahaha! Perde de 10 a 0 para a capa alemã, mais simples e simplesmente incrível. Já a diagramação é bem interessante, com as mariposas da Sarai nas aberturas de capítulo. A revisão está excelente, não lembro de ter encontrado nada errado.

Espero que tenham gostado.

Hugs :)

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